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Manoel Afonso

ARTIGO: Políticos – “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”

20 outubro 2015 - 12h52

Manoel-Afonso “Em Brasília não há inocentes. Todos são cúmplices”. “No teatro do poder, todos são formados em artes cênicas". As frases de Nelson Rodrigues sintetizam a imagem dos políticos, avocando o título do texto pinçado daquele conhecido filme.

Cada qual ao seu estilo, os políticos demonstram facilidade admirável no aprendizado da arte do ganho financeiro. Se aquele vereador da pequena cidade interiorana faz das diárias de viagens uma fonte paralela de renda, o pessoal do alto escalão tem outros mecanismos - amparados em lei - para levar uma série de vantagens.

O noticiário mostra denúncias do Ministério Público contra as praticas indecorosas de vereadores, prefeitos, deputados, secretários e ocupantes de cargos de confiança da administração pública. Mas eles se aproveitam do direito ao contraditório para tentar justificar o injustificável e na maioria das vezes procrastinam o processo ao máximo, tirando-o do foco de atenção da opinião pública.

A cumplicidade de todos os políticos é mais que evidente como mostra a imprensa. Os capítulos recentes da ‘Lava Jato’ tem produzido material formidável para se avaliar comprovadamente o submundo do poder, não diferenciando partidos ou tendências que poderíamos chamar – em outras épocas – ideológicas.

O próprio Governo Federal, que em tese deveria ocupar a linha de frente da indignação, encolhe-se, dissimula, muda o discurso e insiste em outras prioridades na tentativa de  minorar os prejuízos, numa espécie de auto absolvição descabida. Aliás, as medidas anunciadas com estardalhaço, não resolvem a raiz do problema da corrupção e o que é pior: vão pesar ainda mais no bolso do contribuinte.

Se o verão de 2014 já não foi bom, porque as eleições eram ‘página virada’ com a reeleição presidencial garantida, o próximo será um terror. Dois fatores serão responsáveis: a perda de autoridade moral do Governo Federal e a situação econômica financeira da população como mostram os indicadores diários.

A exemplo do filme (1997) do diretor Jim Gillespie, sobre o drama de 4 adolescentes que supostamente mataram um ciclista por atropelamento, aqui todos nós brasileiros também sofremos com a paranoia do desemprego, inflação e um futuro tenebroso.

E o nosso filme de terror, tem sim a ver com os verões passados de nossos políticos.  

De leve...

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