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Manoel Afonso

Amplavisão – PMDB, refém da própria estratégia

15 setembro 2017 - 13h39

ELE MUDOU Em 2002 Zezé di Camargo e Luciano cederam de graça a música ‘Meu país’ para Lula usar na campanha do PT. Agora Zezé disse numa entrevista: “ ...O Brasil precisa passar por uma depuração, até pensar no militarismo para reorganizar as coisas. Aí eles vão entregar de novo, ‘pronto, limpamos a corja aqui’. Acho que o Brasil precisava passar por uma depuração dessa”.

DECEPCIONADO A declaração do cantor retrata sua decepção com o quadro. É bom que se diga: na campanha presidencial de 2002 a dupla ganhou R$ 1.275.000,00 pela apresentação em 11 comícios. Só esse valor já é motivo para concluir: as empreiteiras sempre investiram nas candidaturas. Naquele ano a estrutura petista de campanha foi coisa de cinema. Quem está lendo a nota ajudou a pagar a conta.

‘COMBUSTÍVEL’ Após ouvir o prefeito de Costa Rica - Waldeli dos Santos Rosa (PR) sobre suas pretensões de disputar o governo em 2018, o presidente regional do PR, ex-deputado Londres Machado, perguntou-lhe sobre a estrutura financeira de apoio aos candidatos a deputado. Waldeli esclareceu que apenas bancaria a própria campanha. Experiente, Londres limitou-se a ouvi-lo sem maiores delongas.

A PRÁTICA usual é que o candidato ao cargo majoritário se organize para atrair bons candidatos na chapa proporcional, resultando em votos a seu favor. Isso implica na disposição de arcar com gastos mínimos, sob pena da campanha não alçar voo. Não se consegue separar essas candidaturas aos olhos do eleitor. E sem gastar não se tem companheiros puxadores de votos, sob pena de sofrer com o ‘voto camarão’.

GEORGE TAKIMOTO (PDT) Aos 76 anos de idade é o deputado mais velho da Assembleia Legislativa. Vice prefeito (82) de Luiz Antônio em Dourados, vice governador (86) e deputado federal (90), sobre o cenário admite: é preciso atrair gente nova para a política, mas o ambiente assusta os pretensos interessados.

BOA, AMARILDO! Todos acham lindo o Parque dos Poderes – a fauna e a paisagem de cerrado no entorno dos prédios administrativos. Mas muitas árvores já morreram e várias espécies a caminho. Esse é só um problema. Daí que a iniciativa do deputado Amarildo Cruz (PT) em criar mecanismos para gerenciar aquele local é necessária. Se por exemplo, cada órgão público criar estacionamentos de veículos, teremos um parque de cimento, sem vida.

TÁ CERTO? Uma simples resolução do Senado perdoou R$17 milhões de dívidas (Funrural) de pessoas físicas e de empresas que adquirem a produção delas. Uma delas é a JBS. Nada contra a classe ruralista, mas esse perdão afronta o restante do setor produtivo que continua pagando altos encargos. Só porque o pessoal produz alimentos deve ter tratamento diferenciado?

O PESSOAL da agricultura – notadamente de plantio em alta escala – tem sido atendido pelos últimos governantes (Banco Central e Banco do Brasil) nos pedidos de reescalonamento da quitação de dívidas com juros baixíssimos. Mas neste caso recente, o perdão compromete o plano de recuperação da economia do país e mostra: o Palácio do Planalto é refém da Frente Parlamentar da Agropecuária. Até onde o Governo vai abrir as pernas? Já rasgou a calça.

PREPOTÊNCIA Repercute mais um caso grave envolvendo integrantes do Ministério Público Estadual. Desta vez, o promotor Gilberto Robalinho da Silva que determinou a retirada do veículo do local onde sua mulher atropelou e matou na capital uma mulher de 91 anos de idade. O gesto contraria a lei e o discurso moralista do MPE de ‘defensor da sociedade’. Mal súbito é dirigir falando ao celular. O Promotor imagina a capital igual a sua Paranaíba no tempo dos coronéis? E a OAB, vai se calar?

FADIGOU Partido mais antigo do país, o PMDB jamais venceu uma eleição para o Palácio do Planalto. Chegou lá com José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer em situações atípicas. Em 1988, Ulysses Guimarães tentou e ficou em 7º lugar só com 4,6% dos votos. Em 1994 foi a vez de Orestes Quércia: apenas 4,3%. Em 2002, a ex-deputada Rita Camata (ES) foi vice de José Serra derrotado por Lula.

EVIDENTE que o discurso do dr. Ulysses era apenas retórica democrática. As lideranças que o sucederam adotaram o oportunismo e fisiologismo como binômio de sobrevivência. Os currículos dos peemedebistas - ex-presidente José Sarney, dos senadores Jader Barbalho, Edson Lobão e Renan Calheiros, do presidente Michel Temer, dos ex-deputados Henrique Alves e Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira atestam isso.

A ESTRATÉGIA Com enormes bancadas no Senado e Câmara, o PMDB tirou proveito, negociando cargos e vantagens nada republicanas. A indicação de Temer como candidato a vice de Dilma Roussef (PT) foi o casamento da conveniência com a necessidade (do PT). Ao longo dos anos, o PMDB criou raízes nas estatais e órgãos onde afloraram com escândalos da ‘Lava Jato’ e outras operações da Polícia Federal.

ENFIM... Os esquemas plantados no Governo, garantindo vantagens pessoais para suas lideranças e recursos para a estrutura partidária, ficaram incontroláveis, viraram casos de corrupção. Os escândalos atingindo lideranças nacionais respingam nas lideranças menores. A associação do PMDB com a corrupção é equação de fácil resolução. A exemplo dos petistas, de saias justas, os peemedebistas tem pela frente o desafio da pregação: sou do PMDB, mas não sou corrupto. Conseguirão se livrar da pecha?

NO SAGUÃO da Assembleia Legislativa ouvi a tese de que o envolvimento das raposas do PMDB em corrupção não conseguirá interferir nas eleições das cidades menores. Será? O eleitor interiorano estaria condenado a alienação eterna? Não frequentaria a internet e nem assistiria os noticiosos da TV? Dizem que a mansidão do povo é proporcional à sua raiva e sede de se vingar.

A PRAGA Para um ex-deputado federal da terra, a adoção das emendas parlamentares nos moldes atuais, constituiu-se em crescente foco de corrupção encoberta em prol dos parlamentares patronos junto as empreiteiras. Em alguns casos, a liberação de emendas geram comentários irônicos nos bastidores. Afinal, o Brasil mudou pouco após o episódio dos ‘Anões do Orçamento’, onde o ex-ministro Geddel Viera era apenas calouro na corrupção. Lembra a carinha de aprendiz dele?

DESAFIO-1 O deputado Carlos Marum (PMDB) trabalha com o desafio: administrar sua fidelidade/intimidade com o presidente Temer e o ex--deputado Eduardo Cunha sem se deixar desgastar pelas denúncias de corrupção que atingira o Governo que defende ardorosamente. Mas há quem entenda: o atendimento às suas bases eleitorais com emendas parlamentares garantiria a reeleição. É o jogo pela sobrevivência.

DESAFIO-2 Apesar da denúncia de corrupção aceita pelo Supremo Tribunal Federal - por desvio e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora – o deputado federal Vander Loubet (PT) é outro que confia no retorno eleitoral das emendas que conseguiu para dezenas de cidades. Sabe-se: pretende ingressar numa sigla que lhe permita a reeleição.

DESAFIO-3 Notório o esforço do deputado estadual Paulo Corrêa (PR) na presidência da CPI que investiga as irregularidades da JBS no MS. Candidato a reeleição, quer compensar os desgastes sofridos em sua imagem no episódio mostrado na TV e internet, flagrado ensinando o deputado Felipe Orrro (PSDB) a fraudar o ponto dos funcionários de gabinete. A conferir.

‘FENIX’ Tenho ouvido manifestações da vice governadora Rose Modesto (PSDB). Bem articulada e com amadurecimento progressivo ao tratar de questões políticas, separando-as da religiosidade. Praticamente se recuperou do embate eleitoral de 2016 e garante importante espaço para 2018. Com luz própria, independe de seu irmão deputado Rinaldo Modesto (PSDB).

A CONFERIR Será que as lideranças do PT local que estão deixando o partido tem prestígio bastante para carrear votos para os partidos destinatários? Além do mais, parte do eleitorado está decepcionada com a corrupção envolvendo ‘nobres companheiros’. Mas não deixa de ser mais um ingrediente para o embate de 2018.

LULA Apavorado, mostrou sua fragilidade na frente do Juiz Sergio Moro. Sobre o ex-ministro Antonio Palocci - suas declarações de que ele seria frio e calculista justificam a escolha para aquele importante cargo que exerceu nos dois governos petistas. Coitada da dona Marisa! Acabou sobrando pra ela a culpa pelo apartamento.

“Lula insulta a inteligência do povo” (ex-ministro Ciro Gomes-PDT)

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