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Manoel Afonso

Amplavisão – Assembleia Legislativa: quem acreditar é mulher do padre

05 novembro 2016 - 11h57

CANDIDATURAS A ousadia de Donald Trump (PR) leva-nos a refletir sobre a construção de candidaturas de um modo geral. Aproveitou-se da falta de bons líderes no seu partido e das dúvidas sobre a real competência da democrata Hillary Clinton.

ESTEREÓTIPO É pessoal. Ao Trump falta-lhe habilidade política - à Hillary falta-lhe personalidade, ao contrário da ex-1ª. Ministra Margareth Thatcher, da Inglaterra. Imagem é fruto da reputação, do caráter e da trajetória. Mudar o personagem é arriscado.

A PROPÓSITO É possível que os marqueteiros da candidata a prefeito Rose Modesto (PSDB) tenham convivido com esse dilema na campanha. Pelo sim pelo não, optaram em manter o visual dela (acabou desgastado) e o discurso que fadigou precocemente.

É DIFÍCIL achar um personagem sem estigma político/pessoal ao estilo de João Dória Jr. que vendeu a imagem light associada a da competência empresarial. Aqui, o eixo da campanha tucana foi o governador Reinaldo, que não era o candidato. Um equívoco sem tamanho.

SOZINHA Repetiu-se com Rose o ocorrido com o candidato Edson Giroto (PR) em 2012. Se no primeiro turno a votação não correspondeu ao bom tempo dela na TV, no segundo turno faltou trabalho efetivo dos políticos dos partidos coligados. Sumiram!

PREOCUPA? Evidente que sim. O desenho do cenário político para 2018 mudou com os resultados na capital e nas 5 principais cidades do Estado. O governador é inteligente o bastante para saber que precisará reagrupar forças e reformular conceitos e estratégias.

NA DERROTA os compromissos partidários acabam nas urnas. O outro dia é vida nova para os políticos em busca da sobrevivência. O PSB, por exemplo, pensa em aproveitar o médico Ricardo Ayache para lançá-lo até como candidato ao Senado.

QUESTIONA-SE também sobre a postura do PMDB (André) e das relações de seus deputados com a administração estadual. Eles continuarão aliados independentemente das constantes e duras críticas feitas pelo governador Reinaldo ao seu antecessor?

ATENÇÃO Dentro do PMDB já começam a aparecer discordâncias e até mesmo críticas quanto a esse alinhamento de parlamentares junto a Administração Estadual. Cresce a tese de que essa postura acabaria fragilizando o partido, despersonalizando-o.

O CUSTO O PSDB fez bonito no interior, onde não tinha tradição. Tudo bem. Mas em cada cidade provocou o nascimento da oposição. Essa contabilidade precisa fazer parte da análise do desempenho partidário para projetar as eleições de 2018. Certo?

VEJA BEM Quem perdeu as eleições para o candidato tucano ou apoiado por ele, tentará naturalmente a revanche. Na prática é assim que funciona a política. O político e o eleitor acabam associando o adversário local ao governador. Isso permanece imutável.

O MAPA eleitoral mudou, tem novos personagens. Na prefeitura da capital, Marcos Trad governará com forças que não tragam desgastes. Hábil, mexeu no tabuleiro com precisão desarmando o governador Reinaldo com elogios e a iniciativa do diálogo e parceira. Aí fez a diferença.

NELSINHO TRAD O ex-prefeito costurou certo no PTB e manteve-se ao largo do pleito. Politicamente não pode ser ignorado, apesar da judicialização de questões de sua administração. Presume-se que o prefeito da capital duas vezes tenha saldo eleitoral.

ALCIDES BERNAL Qual o futuro do prefeito? Conservará o seu patrimônio eleitoral sem cargo eletivo? Tem estofo para interiorizar o PP? Abaixará a guarda para alianças de olho na Câmara ou Senado? Mas antes, a visita a um ‘divã de Freud’ far-lhe-ia bem.

‘SINTO MUITO’ Para a opinião pública, é simplesmente hilária a versão dada pelos deputados estaduais Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB) sobre o episódio que flagrou o primeiro ensinando ao segundo a fraudar o ponto na Assembleia Legislativa. Como se dizia na infância: “o último que acreditar é mulher do padre”.

A TÁTICA do deputado Paulo Corrêa em denunciar a polícia o grampo telefônico ilegal (mas providencial) para tirar do foco o conteúdo escabroso da ligação, remete-nos a postura do ex-presidente Collor contra seu ex-motorista Eriberto França e do ex-ministro Palloci contra seu ex-caseiro Francenildo Costa. O ataque é a melhor defesa.

FRAUDES Incorporados ao cotidiano. Frauda-se passagens aéreas, merenda escolar, o placar do Senado Federal, as medições de obras públicas e por aí vai. Nelas, o cinismo, a audácia e a cara de pau estão fortemente interligados, com igual significado e valor.

ENFIM... Mais um escândalo de apuração duvidosa. O corporativismo na Assembleia Legislativa segue proporcionalmente os padrões do ‘glorioso’ Congresso Nacional. Os gastos e ganhos são representados por números e códigos de difícil acesso aos mortais. ‘Portal da Transparência’ - peça de ficção.

O LEITOR sabe das coisas. Tem sua própria leitura e interpretação do ocorrido. Pode até ser sacana, mas não é idiota ao lidar com tantas notícias ruins envolvendo os políticos de modo geral. O país está empesteado de ‘Calheiros, Pallocis e Cunhas’.

TERROR Pode não sobrar pedra sobre pedra com as anunciadas delações da Odebrecht. Não escaparia nenhuma figura dos principais partidos, inclusive o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de São Paulo. A revista Veja mostrou isso.

PERDEDORES O PT foi o maior. Alex, candidato a prefeito da capital quebrou a cara usando o ex-presidente Lula. Já o PR do ex-deputado Londres e do deputado Paulo Correia ‘com direito inclusive de pedir música no Fantástico’. Antes da derrota com Rose Modesto, aquela com Giroto (2012) e depois com Delcídio (2014). Que fase interminável!

“Prerrogativa – Direito de um soberano de agir mal” (Ambrose Bierd)

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