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Novas reinvindicações por fazendas de Bumlai em MS

28 julho 2016 - 13h25

Manifestantes cobram agilidade no processo de reforma agrária; ontem oito trechos de rodovias em Mato Grosso do Sul foram bloqueadas.

Movimentos de sem-terra voltaram a reivindicar as fazendas do pecuarista José Carlos Bumlai em Mato Grosso do Sul. Ontem pela manhã, durante bloqueio de oito trechos de rodovias federais no Estado, eles pediram agilidade no processo de demarcação de terras. Não há previsão de fechamento de rodovias hoje, no entanto, o movimento não descarta voltar a fazer novos manifestos.

Os bloqueios começaram por volta das 6h e se estenderam até por volta das 14h. O MSTB, um dos grupos de maior expressão, reivindica seis fazendas para reforma agrária, duas são de Bumlai. Em Dourados, a propriedade é a São Marcos, localizada nas imediações da Usina São Fernando. A outra é a Santa Inês, em Rio Brilhante. As fazendas entraram para a lista do MSTB em razão de Bumlai estar envolvido na Lava Jato, operação da Polícia Federal que levou para trás das grades empresários e políticos, acusados de participar de esquema de corrupção na Petrobrás, apurou O Progresso.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram bloqueadas as rodovias BR 163 - Dourados; BR 060 - Sidrolândia; BR 267 - Casa Verde; BR 163 – Naviraí; BR 262 – Terenos; BR 262 - Três Lagoas; BR 163 - Rio Brilhante; e BR 267 - Nova Andradina.

Douglas Elias, membro da coordenação nacional do MSTB, diz que o fechamento das rodovias teve como proposta chamar a atenção das autoridades. Em Dourados, mais de 400 sem-terra estão acampados às margens da BR-463, entre o município e Ponta Porã.

Ano passado eles chegaram a ocupar a fazenda de Bumlai, localizada nas imediações da usina São Fernando, da família do pecuarista, porém deixaram a área após reintegração de posse. A fazenda é utilizada para o plantio de cana-de-açúcar.

Indígenas

O bloqueio da MS-156 entre Dourados e Itaporã também encerrou na tarde de ontem, quando finalmente chegaram máquinas para perfurar poços artesianos nas aldeias Jaguapiru e Bororó. O fechamento da rodovia teve início na segunda-feira. Mais de cinco mil indígenas estão há meses sem água. Ao todo, a Reserva Indígena de Dourados tem pouco mais de 14 mil habitantes.

O problema da falta d’água é crônico na reserva, principalmente na Bororó. As moradias são abastecidas por água que vem de reservatórios com capacidade de 100 a 200 mil litros. Esses grandes tanques eram enchidos por poços artesianos, mas como a maioria dos poços estão desativados, por falta de manutenção, os reservatórios passaram a ser abastecidos por caminhão pipa da prefeitura. O problema é que o sistema de encanamento da reserva tem falhas e sem pressão a água não chega em metade das residências na reserva.

Silvio Leão, liderança na Bororó, disse que a comunidade vai acompanhar o trabalho da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsáveis pela perfuração dos poços. "Só vamos ter certeza que tudo está certo depois da obra estiver concluída", afirmou o Guarani-Caiuá. Os indígenas estão fartos de promessas. Há anos se discute sobre o impasse para pôr fim a falta d’água, mas até hoje nada foi resolvido.

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