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Em Dourados, instrutores de auto-escola lutam por melhores condições de trabalho

25 novembro 2010 - 13h30Por Renan Nucci

Os instrutores de auto-escolas de Dourados reivindicam melhores condições de trabalho. Eles reclamam da falta de apoio das empresas do ramo e também da prefeitura.

A categoria não possui sindicato e vive sem o amparo de nenhuma instituição, porém o instrutor Jolgremar de Freitas lidera a frente dos trabalhadores que busca a criação de uma associação. Nesta quinta-feira (24), ele contou que seus companheiros enfrentam dificuldades durante o dia-a-dia de trabalho.

“Muitos instrutores, principalmente os que trabalham com aulas de motocicletas, passam quase todo o dia na pista do Douradão. O local não possui banheiro, bebedouro e nem sequer um espaço para que se possa esconder do sol”, explicou.

O instrutor também alega que a pista não possui iluminação para aulas noturnas. “A maioria recebe por comissão; se houvesse iluminação, poderíamos dar mais aulas e conseqüentemente o salário seria melhor. Para isso seria necessário apenas que a prefeitura instalasse os postes, pois a conta nós pagaríamos”, disse.

O secretário municipal de Serviços Urbanos, Tahan Sales Mustafá, afirmou que desde que assumiu o cargo não tomou conhecimento de nenhum ofício enviado pelos instrutores.

“Ainda não sei qual é a necessidade deles, mas posso garantir que assim que eles me enviarem um documento relatando a atual situação em que se encontram, vamos procurar ajudar”, garantiu Mustafá.

Pista

Há muito tempo o Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul) desenvolveu um projeto para a construção de uma pista exclusiva para o uso de auto-escolas, mas até agora nada foi feito. “Esse projeto está há 15 anos no papel, mas até agora não foi efetivado”, reclamou Jolgremar.

Salários

Segundo Jolgremar, o salário tem sido outro motivo de reclamações, pois há muito tempo não foram feitos reajustes e alguns instrutores recebem apenas por comissão, que hoje está em torno de R$ 5,00 por aula. Em média cada profissional aplica entre 12 e 14 aulas por dia.

Proprietário de uma auto-escola, Kleyber Júnior afirma que este caso pode ser verídico, mas que sua empresa trabalha dentro da lei e paga uma quantia fixa mais uma porcentagem por cada aula. “Nós pagamos conforme manda a lei, sem contar que também disponibilizamos materiais como bonés, chapéus, camisas de manga comprida, e até protetor solar”, relatou o empresário.

Porém, Jolgremar discorda : “Muitas empresas dizem que fazem o que é certo, mas a realidade é outra”, explicando que “se o instrutor consegue acumular um valor maior que o salário com as comissões, ele recebe apenas essa quantia. O salário só é pago se ele não conseguir cumprir as metas e ficar com um faturamento abaixo do salário lançado na sua CTPS”, finalizou.