Os bancos oficiais e algumas empresas (privadas e públicas) patrocinam encontro de juízes federais em um luxuoso resort na ilha de Comandatuba, sul do estado da Bahia.
No evento, que iniciou ontem, 10/11, e vai até sábado, organizado pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), os magistrados pagam apenas R$ 750,00, todas as demais diferenças do encontro, exceto passagens aéreas, ficam por conta da Caixa (com patrocínio de R$ 280 mil), Banco do Brasil (R$ 100 mil), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (R$ 60 mil). As outras empresas não divulgaram o valor do patrocínio.
Desde ontem, está sendo oferecido todo tipo de mordomia aos participantes, eles ocupam , apartamentos de luxo e bangalôs, cujas diárias variam entre R$ 900,00 e R$ 4 mil. Tudo pago por bancos públicos e empresas privadas.
Porém o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) deverá apurar essa “farra” dos juízes federais. Quatro conselheiros exigem que o CNJ investigue os participantes do evento. Eles querem saber as justificativas dadas pelos juízes para serem dispensados do trabalho, uma vez que, segundo a programação, boa parte do tempo será dedicada a atividades recreativas, como aulas de golfe.
Tem mais, os participantes têm direito a levar acompanhantes, também com tudo pago. O pior é que a Ajufe (Associação dos Juízes Federais) ainda tem o desplante de condenar o CNJ, alegando que a entidade não tem respaldo constitucional para investigar os juízes. Esta não é a primeira fez que eventos da Ajufe são financiados por bancos e empresas públicas e privadas.
Para Carlos Longo, funcionário do Banco do Brasil e vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, “é lamentável que bancos públicos financiem atividades com fins duvidosos. Por outro lado chega a beira da imoralidade um poder que pode vir a julgar demandas jurídicas dessas empresas, inclusive ás do setor privado, ser patrocinado pelas mesmas”.
“No caso de uma demanda judicial, sendo autora ou ré uma dessas empresas patrocinadoras, como ficaria o princípio da imparcialidade desses juízes?” Questiona Longo.