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Após 15 anos separados, douradense receberá rim de ex-marido na Capital

13 setembro 2011 - 16h56Por Redação Douranews, com G1 MS

A douradense Maria Fátima Gomes, de 53 anos, vai receber um novo rim que será doado pelo ex-marido de 60 anos, Nestor Bezerra da Silva. Eles, que estão separados há 15 anos, se encontraram na manhã desta terça-feira (13), em uma clínica de Campo Grande, para fazer o último exame de compatibilidade antes da cirurgia, que foi marcada para o dia 20 de setembro.

A mulher conta ainda que estava em uma fila de espera por transplantes há dois anos quando foi surpreendida pela decisão do marido. "Fiquei muito feliz por receber a doação dele. Confesso que não esperava”, destacou Maria comentando o fato de estarem separados.

Maria trabalha como auxiliar de dentista e mora em Dourados. Já o ex-marido trabalha em uma transportadora de grãos, e mora em Maracaju, 162 quilômetros da capital. Eles foram casados durante 19 anos e tiveram dois filhos, uma de 33 anos, que mora no Paraná e outro de 26 que mora em Mato Grosso do Sul.

Foi a filha mais velha quem pediu para que o pai doasse o órgão para mãe. Nestor contou que um dia ela telefonou e perguntou sobre o tipo sanguíneo dele. “Depois que respondi, ela perguntou: você doaria um órgão para alguém que precisa muito? Eu respondi que sim. Então ela disse: “que bom, porque a mamãe está precisando muito”, contou o ex-marido.

Maria sofre de insuficiência renal, que foi diagnosticado pelos médicos há dez anos. Ela contou que duas irmãs dela morreram por conta do mesmo problema.

Em outubro do ano passado, um dos rins de Maria parou de funcionar totalmente. Ela foi internada e chegou a ficar em coma. “Chegamos a pensar que ela ia morrer. Os médicos deram 48 horas de vida, mas ela se recuperou. Foi um susto para  toda a família”, lembrou Nestor.

Mesmo sabendo da doença, Maria relutou em fazer a hemodiálise. "Eu não queria fazer hemodiálise porque não queria assumir o problema. No início me faltou o chão, achei que ia entrar naquela clínica para morrer e não para viver, mas a situação começou a ficar mais grave e resolvi encarar o tratamento”, afirmou Maria. Atualmente ela vai três vezes por semana a uma clínica especializada para fazer a hemodiálise, que demora cerca de quatro horas.

Transplante
A cirurgia de transplante será realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Campo Grande. “Estou muito ansiosa. Não vejo a hora de fazer logo o transplante. Ter um novo rim funcionando será como ter uma nova vida”, afirmou ela.

Nestor afirmou que sente muito feliz por estar doando o rim para a ex-esposa. “Acho que todas as pessoas poderiam  fazer doações para ajudar as outras. É uma demostração de bondade e de humanidade com o próximo", afirmou.

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