As cerca de 30 famílias que moram, em condições mais do que precárias, na favelinha que se criou ao longo da rodovia que dá acesso ao Distrito Industrial, na entrada para o conjunto residencial Guaicurus, não querem esperar mais pela prometida transferência para as casas que estão sendo construídas no Residencial Novo Horizonte, antiga área da “matinha”, do outro lado da cidade.
Edilson Prudêncio, um dos líderes do movimento de favelados, disse hoje (30) ao Douranews que “o pessoal já tá querendo invadir as casas lá [na área da matinha], porque faz tempo que ficaram prontas e a desculpa agora é que só falta ligar a rede de esgoto”. As famílias ocupam a área próxima ao Guaicurus desde 2003.
“A gente veio pra cá porque não tinha mesmo onde morar”, confirmou Edilson, acrescentando que as famílias se cadastraram para o programa de casas do PAC há mais de quatro anos. “Tem gente que se inscreveu depois e já conseguiu, e nós não temos a ajuda de ninguém para resolver essa situação”, afirmou.
Janaína da Silva, casada e mãe de uma filha, disse que morava com a mãe, nas proximidades da vila Cachoeirinha e que decidiu juntar-se aos favelados porque havia a promessa de ganhar uma casa. “Aqui a gente vive mal, a luz é no ‘cabrito’ [os fios estão á mostra pelo terreno] e tivemos até que furar poço”, contou a mulher.
De acordo com Edilson, desde que as famílias resolveram acampar nas margens da rodovia, já morreram cinco pessoas vítimas de atropelamento, inclusive um dos filhos dele. O trecho da rodovia no local é obrigatório para o acesso ao Distrito Industrial e centenas de carretas e caminhões passam em frente da favela diariamente.
