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Alunos se revoltam com mudanças no projeto de funcionamento do Ceeja

06 março 2020 - 19h40

Os alunos que foram matriculados no ano de 2019 e rematriculados para o ano letivo de 2020 no Ceeja (o Centro de Ensino para Jovens e Adultos) de Dourados foram surpreendidos no primeiro dia de atendimento com as mudanças introduzidas no sistema de funcionamento para este ano.

“O projeto mudou, a forma de atendimento ao aluno mudou, teríamos que fazer a rematrícula de novo, fazendo filas de mais de 4 horas para o atendimento do aluno. É um tal de vai na secretaria, vai na coordenação, e pra nossa surpresa não mudou para EAD e sim para uma forma de atendimento bem parecido com o regular, que não atende ao nosso dia a dia de trabalhador que justamente por precisar trabalhar não conseguimos terminar os estudos no regular”, relatou a estudante Amanda Nadyne Souza Martins.

Segundo ela, não foram só os alunos que foram pegos de surpresa, mas também os professores, que não receberam as fichas do novo projeto, não tinham o material, e também não haveria mais todos os professores para atendimento; eles agora seriam lotados por aula como no regular e não mais por turno como nos anos anteriores.

“Só implantaram um projeto novo somente para Dourados, pois em Campo Grande já está atendendo de vento em popa. Também o projeto trazido pra Dourados é totalmente igual ao de Campo Grande e todos ficamos perdidos”, disse a estudante.

Amanda conta que, além de não ter material, “tudo mudou sem perguntar para os mais de 700 alunos rematriculados em 2019 e nem para os professores e nem para a comunidade se gostaríamos de tais mudanças”. Para ela, a nova forma nasceu “fadada ao fracasso”. Um manifesto nesse sentido foi entregue para o deputado Barbosinha, até o mês passado líder do Governo na Assembleia Legislativa, para que possa interceder junto à Secretaria estadual de Educação.

“Queremos o nosso projeto de volta, temos esse direito e, gostaríamos de estender os mesmo direitos aos novos matriculados que não conheciam o anterior, mas que vieram procurar o CEEJA por ser uma escola que atendia ao interesse nosso, enquanto aluno, enquanto trabalhadores, pais, mães, domésticas, indígenas, alunos especiais, LGBTS, haitianos, venezuelanos, trabalhadores da Seara, garçons, idosos, entre tantos que tem horários de trabalho diferenciados, sem contar nos desempregados que vem para cá para melhorar seu estudo para tentar conseguir um emprego novamente e melhorar sua vida”.

Oportunidades

Daiane Francisca, empresária no ramo alimentício, disse que resolveu voltar a estudar no Ceeja, mas devido ao novo projeto, desistiu, pois se obrigaria a ficar em sala de aula, “não tem professor de todas as matérias em todos os períodos, enfim, a escola não está mais preocupada com o aluno”. Ela também defendeu a volta do projeto de 2019 “que vigorou por tantos anos com total aprovação dos alunos e amigos que me convenceram a depois de tantos insucessos na sala de aula retornar os meus estudos”.

Trabalhador de uma frutaria, Natanel Genesis Vidal disse que havia se decidido a matricular no Ceeja, onde poderia estudar à noite no tempo livre “e também recuperar o tempo perdido, de quem trabalha e não estudou no tempo certo, mas, com esse novo projeto essa oportunidade acabou”.

Ouvido pelo Douranews, o deputado Barbosinha prometeu intervir junto ao Governo na terça-feira para tentar regularizar o funcionamento do sistema de ensino no Centro de Educação de Jovens e Adultos. “Penso que deve haver uma formula para que o maior número de pessoas interessadas em aprender, ou de continuar os estudos, seja contemplado”, disse o parlamentar.

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