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Parque das Nações II perde um de seus pioneiros

19 março 2011 - 16h38Por Redação Douranews, com Elias Ferreira
Desde domingo passado, o Parque das Nações II, um dos maiores e mais populosos bairros de Dourados, não tem mais uma de suas referências. É que faleceu, aos 62 anos, Antonio Espíndola. Pessoa solícita e de fácil convívio, ele formou uma legião de amigos, dentro e fora do bairro. Além da simpatia, Antonio Espíndola também tinha como qualidade ser uma pessoa de luta. Ele nunca se omitiu em lutar em favor de seu bairro e das pessoas.

Antonio Espíndola era deficiente físico, mas esta limitação nunca serviu de obstáculo para ele lutar com decência e destemor. Foi com garra e determinação que ele trabalhou para formar os três filhos e ainda lutar para que o Parque das Nações tivesse a infra-estrutura necessária para se desenvolver e o bairro oferecer serviços básicos a seus moradores. Desde que chegou ao bairro, em julho de 1978, Antonio e sua esposa Nadirce Ferreira, os filhos Cleir, Joglemir e Sônia, ele sempre procurou trabalhar não só para ele, mas também de forma comunitária.

Sempre morando na rua S 31 (hoje Francisco Areco), Antonio foi feirante nos dois primeiros anos de Parque 2, passando depois a ser dono de um pequeno mercado e açougue.  Posteriormente, passou a ser corretor de pequenos e grandes animais e, ultimamente, montou uma pequena conveniência, sempre trabalhando de forma digna e honrando sua família e a comunidade.

LUTA

Como líder comunitário no Parque das Nações II, a atuação de Antonio Espíndola resultou na viabilização de importantes obras e ações básicas, entre elas a energia elétrica no bairro – até 1979 não havia este benefício -, Posto de Saúde, posto policial, escolas e a tão sonhada pavimentação asfáltica. Sua atuação como líder comunitário tornou Antonio Espíndola conhecido nos meios político e social da cidade.  A grande quantidade de pessoas em seu velório foi uma demonstração do reconhecimento das pessoas à sua trajetória de luta e de vida. “Mas nosso senhor também precisa de pessoas especiais como ele e então Deus o chamou no dia 13 passado, nos deixando como muita saudade e sentindo muito sua falta”, comentam a esposa Nadirce e as filhas Cleir e Sônia.

HOMENAGEM

Antonio Espínola foi homenageado em vida por seu sobrinho Ordonez Pereira Espíndola, que é músico e compôs uma canção há pouco mais de um ano por nome Peão de Luta. “Foi um peão de luta, sujeito batuta que se fez vencedor. Levando seu fardo nas costas, ganhou seu dinheiro com o próprio suor e quando chegou em Dourados fez sua morada no parque das Nações, onde foi um dos fundadores”, diz um trecho da música.

Em outro trecho da canção, a letra fala do tiro nas costas que Antonio levou de um ladrão, que o deixou paraplégico. “Teve uma linda parceira, sua companheira de grandes batalhas e mesmo com os golpes da vida, lutaram juntinhos e cruzaram as muralhas. Deram golpes na tristeza e nas dificuldades, venceram na vida e não erraram de estrada. Quando o destino da gente já nasce traçado temos que enfrentar. Pela atitude de um covarde, com um tiro nas costas deixou de andar, mas pelas mãos divinas foi abençoado e os filhos acabou de criar”.

MISSA

De família católica, Antonio Espíndola terá uma missa de sétima em intenção à sua alma, que será celebrada a partir das 19h deste sábado (19), na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, situada na rua Ramão Osório, na Vila São Braz.

 

Foto: Album de família

 

LEGENDA

Antonio Espíndola foi um dos pioneiros do Parque das Nações II: vida de luta