Os secretários municipais Sérgio Henrique Pereira Martins de Araújo, da PGM (Procuradoria Geral) e Paulo César Nogueira, da Fazenda, admitiram na manhã deste sábado (9), em entrevista aos jornalistas Cícero Faria e Osvaldinho Duarte, na rádio 92FM, a possibilidade de rever o sistema de expediente adotado pela administração anterior que instituiu a jornada de 6 horas ininterruptas a partir de 2016 para o funcionalismo público.
“Se a prefeita estiver me ouvindo, poderá até levar um susto, mas quero anunciar aqui que entendo planejamento estratégico como uma forma barata de pensar a administração e por isso mesmo está na pauta verificar o impacto de voltar as 8 horas diárias, é claro que com isso teríamos que mexer nos salários e apresentar para a prefeita, mas é um estudo real hoje”, disse o secretário da Fazenda.
Reforçando essa disposição, o procurador geral do Município disse que os estudos deverão levar em conta, por exemplo, o fato de que a economia pretendida com a lei das 30 horas semanais acabou onerando outros setores. “Não se sabia antes, mas, hoje causa um impacto muito grande em alguns setores que precisam das 40 horas, como os postos de saúde que precisam pagar horas extras”, disse Sérgio Henrique. Entre as alternativas, a Prefeitura pensa em criar dois turnos de 6 horas nesses casos, ajustando-se à resolução do Ministério da Saúde.
O secretário Nogueira também falou sobre projeto de construção de um Centro de Atendimento ao Contribuinte em área própria do Município, planejado para atender o cidadão da forma como deve ser: “amplo, com estacionamento, visando fácil acesso”, definiu, admitindo que o espaço alugado atualmente no centro da cidade já não comporta mais o serviço.
Usando o dicionário da caserna [Nogueira é coronel da reserva do Exército], o secretário da Fazenda disse que orientou a equipe de trabalho, ao assumir, que “o que a gente não consegue vencer de imediato, devemos colocar na zona de vigilância pra trazer a zona de ação no tempo certo”, porque, acrescentou, a “razão de ser é servir ao cidadão”.
Cosip
Ao falar sobre a polêmica criada após denúncia do vereador Madson Valente (Democratas) de que o Município estaria desviando recursos da Cosip, a contribuição gerada com a criação de um fundo cobrado junto com as tarifas de energia elétrica, o procurador Sérgio Henrique disse que a Prefeitura pode dispor de 30% desses recursos de forma livre.
“A gestão anterior usou desse recurso como a atual também usa, nos tempos em que o vereador que faz a denúncia era o líder do Governo na Câmara, e ele também deve saber que os 70% restantes da cobrança devem ser de uso exclusivo para questões de energia elétrica”, informou o titular da PGM.
Sérgio Henrique disse, ainda, que os problemas existentes no setor não se relacionam com a cobrança da Cosip, e que a Prefeitura trabalha muito para resolver essas demandas, “o Município tem uma força-tarefa atuando pra isso”, elogiando os trabalhos realizados pelo atual secretário de Serviços Urbanos, Fabiano Costa.
