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Alunos da Pestalozzi recebem doações de acadêmicos da Unigran

30 maio 2018 - 19h45

Os acadêmicos do 5º semestre do curso de Fisioterapia da Unigran produziram órteses durante a disciplina de Prótese e Órtese, sob a orientação da professora Camila Di Dio. Ao todo foram produzidas 19 órteses e doadas aos pacientes da Clínica de Fisioterapia da Unigran e da Associação Pestalozzi de Dourados. As órteses estáticas vão contribuir com a melhora da qualidade de vida desses pacientes.

A atividade envolveu a parte teórica e prática. Foram confeccionadas órteses de baixo custo, que são feitas com cano PVC, moldadas com gesso no paciente, o revestimento é de EVA para não machucar e, ainda, feitas de acordo com o gosto que o paciente gosta: por exemplo a cor, desenho, entre outros detalhes.

Um aluno da Pestalozzi, corintiano, não poderia escolher outro símbolo que não fosse do time do coração. Anderson dos Santos é atleta de basquete, com paralisia cerebral leve, ele tem atrofia na mão e no pé do lado esquerdo, pois adota a postura hemiplegia – que somente um lado do corpo tem dificuldade de movimento e sensibilidade. Para ele foi confeccionada uma AFO, uma órtese para articulação tornozelo e pé, para poder posicionar em 90°, e para a mão, foi confeccionada uma órtese de posicionamento, trazendo para uma flexão de 20º a 30º de punho, com leve flexão dos dedos e uma abdução do polegar para que ele fique na posição adequada.

“Foi bom para eu poder desenvolver mais. Eu faço Fisioterapia e gosto muito, agora consigo pegar algumas coisas com a mão esquerda, antes só pegava com a direita. E agora, vai melhorar mais o resultado”, afirma Anderson.

Conforme a professora Camila Di Dio, que também é fisioterapeuta na Pestalozzi, essas órteses de baixo custo ajudam o paciente no posicionamento, pois não têm função e não são articuladas, contudo vão posicionar o paciente quando ele estiver de repouso, o que evita as deformidades.

“Esses pacientes têm a necessidade do uso de órtese e não conseguem adquirir. Pelo SUS não são feitas em Dourados e hoje existe uma demora de entrega de oito meses a um ano. Então, muitas vezes quando as órteses do SUS chegam para o paciente, já não servem mais, porque o pé cresce, a mão muda de posição. Nós temos essa necessidade/demanda aqui em Dourados e região. Com isso, a ideia foi ajudar a comunidade”, ressalta Camila.

Os atendidos, com sequelas como o AVE (Acidente Vascular Encefálico), a paralisia cerebral, mielomeningocele, entre outros com comprometimento motor, a professora enfatiza que “esses problemas de saúde muitas vezes levam à deformidade devido à ausência ou fraqueza da musculatura, excesso de espasticidade muscular – em que a mão fica fechada, o punho dobrado demais, o pé caído. Se fica assim por muito tempo, vira uma deformidade, não consegue trazer mais para a posição normal, e as órteses servem para trazer à posição normal e evitar uma deformidade. Os profissionais da fisioterapia precisam das órteses, porque elas nos auxiliam para termos um resultado eficiente na reabilitação”, define ela.

Para a diretora da Pestalozzi, Vera Lúcia Di Dio, foi uma alegria muito grande receber as doações. “Há muitos anos temos parcerias com a Unigran. Os acadêmicos sempre estão muito presentes e vêm enriquecer o trabalho que a Pestalozzi oferece para os usuários. Eu agradeço de coração essa ajuda. Nossos usuários são de baixa renda, então para eles conseguirem adquirir uma órtese dessas, é difícil, pois não têm condições financeiras. E, com essas doações, os nossos alunos têm uma qualidade de vida melhor e irão se desenvolver melhor”, garante.

Experiência acadêmica

O grupo da acadêmica de Fisioterapia Michele de Moura Gonçalves fez uma órtese para uma criança de dois anos, que ainda não anda, mas apresenta os pés para dentro e caídos. “A órtese servirá para melhorar o prognóstico, tentar fazer com que mantenha a posição anatômica, que é a normal, e evitar que deforme mais, para que um dia, talvez, possa introduzir a marcha”, menciona.

A estudante ressalta, porém, que não pode dar uma falsa esperança de que o paciente irá andar. Ela destaca que “é importante os pais procurarem um profissional, desde o início da descoberta da doença, para poder se orientar e evitar essa deformidade. Foi uma experiência incrível de fazer uma órtese e além do mais, ajudar alguém que não tem condições comprar uma”.

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