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No centro da cidade, sem teto montam ‘acampamento’ em lanchonete abandonada

28 maio 2017 - 12h01

Um grupo de pessoas está ‘morando’ no local onde funcionou, até pouco tempo, a lanchonete Top Lanches, que costumava praticar preços bem altos do cliente e por isso mesmo, além da concorrência mais acessível, acabou fechando as portas bem no centro da cidade. Atualmente, mendigos que no período noturno se transformam em ‘guardadores’ de carros, vivem na área, localizada na esquina da avenida Marcelino Pires com a rua Floriano Peixoto.

O local é tradicional por ter abrigado nos anos 80 e 90 uma franquia do Colégio Objetivo em Dourados, mas, depois, com a mudança do estabelecimento de ensino que hoje nem funciona mais na cidade, ficou bastante tempo ocioso até que instalou-se o comércio de lanches, no ano passado. Agora, o ponto de encontro dessas pessoas acaba criando situações de conflito com empresários do setor de alimentos e confecções que atuam na área.

acampamento mendigos menor

Local já foi usado como espaço escolar e está abandonado desde que lanchonete fechou

D.F., um dos ‘moradores’ do local, se identificou ao Douranews como sendo de família de pioneiros no Município. “Meu pai ajudou a abrir isso aqui, junto com o major Capilé, primeiro dentista da cidade”, informou, depois de dizer que, como não tem onde morar, já que a família estaria residindo em Fátima do Sul, ‘trabalha’ como cuidador de carros. “Tiro uns 60 [sinalizando com os dedos que seria em dinheiro] por noite”, anunciou, para justificar o ganho com que se mantém.

Comerciantes da rua Floriano Peixoto informaram que já relataram a situação para autoridades da Segurança Pública. Recentemente, em operação na esquina, equipes da PM (Polícia Militar) chegaram a advertir os ocupantes do imóvel abandonado para o fato de estarem agindo como invasores. “Me espancaram aqui”, disse D.F., mostrando um corte no supercilio esquerdo que pode, também, ter sido provocado por algum tipo de queda.

Enquanto o Douranews conversava com um dos ‘moradores’ da área, outros dois dormiam em colchões improvisados com restos de sofá nos fundos da varanda da antiga lanchonete e R., um outro rapaz, se apresentou como ‘ajudador’ deles. “De vez em quando venho aqui, eu tenho casa em Dourados, minhas irmãs me ajudam, mas eu passo por aqui para ver como eles estão”, disse. Religiosos costumam levar lanches e refrigerantes para alimentar os sem-teto.

As suspeitas de que no local existiria um ponto de revenda, ou distribuição, de drogas, também já foram investigadas pela Polícia. “Às vezes, chega um pessoal bem arrumado com umas mochilas nas costas por aí e se forma um aglomerado de gente, depois somem”, relatou um morador das imediações. R. disse que trabalha limpando quintais na cidade e D.F. chegou a dizer [depois, negou] que, por conta de um problema no braço, tem salário de R$ 937 da Previdência Social.