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Câmara de Dourados debate PEC da Previdência

21 março 2017 - 15h57Por Assessoria

Por unanimidade os vereadores que usaram da fala após a tribuna livre na sessão ordinária da Câmara de Dourados desta segunda-feira, dia 20, se posicionaram contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, do Governo Federal, que trata da reforma da Previdência. A sessão foi presidida pela presidente da Casa, Daniela Hall (PSD).

A professora Gleice Jane Barbosa, presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), ocupou a tribuna livre para falar do assunto. Ela explicou que o projeto prevê que ninguém consiga se aposentar antes do 65 anos e reclamou da equiparação de idade entre homens e mulheres para a aposentadoria. “Isso é a penalização da mulher que ainda não conquistou os seus espaços na sociedade. Não chegamos ainda a 10% de mulheres em cargos com poder de decisão no país”, lembrou.

A professora afirmou que na educação haverá grandes prejuízos, já que professores com mais de 65 anos já começam a ter problemas graves de saúde. Para ela, com as novas regras muitas pessoas não terão o direito de se aposentar no Brasil.

Gleice também questionou sobre o ‘rombo’ na Previdência. “Quem são os responsáveis. Os trabalhadores é que não são”, disse. “Tem que cobrar a conta dos devedores e não do povo”, acrescentou. A professora também classificou a PEC como maldosa e disse que vai gerar miséria e grande desigualdade social.

Para o vice-presidente da Câmara, Sérgio Nogueira (PSDB) o déficit da Previdência é uma falácia. “Há muito tempo os recursos da Previdência estão sendo usados para fins sociais e não os devolveram. Não podemos aceitar. Temos que apelar aos deputados de MS para que não aprovem esse projeto”, afirmou.

Alan Guedes (DEM) disse que o texto da PEC não pode ser votado da maneira como está. “É hora de unirmos forças contra. O auxilio a doença também não poderá sofrer alteração porque vai penalizar o trabalhador”, ressaltou. Lembrou ainda que há muito tempo se fala que a Previdência está quebrada, isso porque o seu dinheiro foi usado para ‘n’ coisas.

O vice-presidente da Câmara, Cirilo Ramão (PMDB) acha que reforma da Previdência se faz necessária, porém não da forma como está. “Da maneira como está nós vereadores do PMDB somos contra e temos conversado com os nossos deputados federais neste sentido”, afirmou.

Para Madson Valente (DEM) a reforma da Previdência compromete a causa dos trabalhadores. “Do jeito que está não concordo com nenhum item, porque todos atingem diretamente o trabalhador”, disse e acrescentou: “Fazer o trabalhador trabalhar por 49 anos é uma grande maldade. “O sistema hoje é perverso e exclui o trabalhador do mercado a partir dos 60 anos, quando ele perde o vigor físico. Como ele vai trabalhar?”, questiona.

Idenor Machado (PSDB) também disse ser contra a PEC. “Esta proposta é como se o trabalhador que está tentando vencer na vida e ao chegar lá no alto cortam-lhe lhe as penas. Aí ele não tem mais forças para lutar”, exemplificou. O vereador lembrou ainda que o teto máximo da Previdência, que já chegou a 10 salários mínimos hoje é de pouco mais de R$ 4 mil. “A luta contra essa reforma esdrúxula deve ser uma luta de todos nos”, disse.

Olavo Sul (PEN) diz que a PEC 287 afeta todos os trabalhadores, inclusive a segurança pública, setor que representa. “Estou me comprometendo a partir de agora a apoiar essa luta”, afirmou.

Marçal Filho (PSDB) classificou a reforma da Previdência como auxilio funeral. “Quando tiver direito a aposentadoria o dinheiro que receber será usado para o caixão. Os governos que vão passando sempre vão querendo colocar nas costas do aposentado a má gestão. Mas nunca um governo chegou tão perto da crueldade como o atual governo. Sou francamente contrário. E vou apoiar essa luta para que eles ouçam as vozes das ruas”, disse.

Braz Melo (PSC) lembrou que no ano 2000 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já havia impedido boa parte dos brasileiros de se aposentara o editar medida que elevou a idade para 65 anos. “Já conversei com o senador Pedro chaves, representante do meu partido, e ele me falou que vota contra”, informou.

Elias Ishy (PT) ressaltou que os grandes prejudicados são os trabalhadores que recebem salários. “Com 65 anos ele nem emprego tem. Você imagina com a aprovação dessa proposta. É uma maldade com o povo brasileiro”, diz. Ele informou também que os deputados federais por MS Vander Loubet e Zeca do PT já afirmaram que votam contra. “O Geraldo [Resende, do PMDB] já disse também que do jeito que está ele vota contra”, lembrou o vereador.

Junior Rodrigues (PR) disse que compartilha da indignação de todo o povo brasileiro. “O brasileiro tomou um choque com os políticos. Me assusta a atitude que os políticos estão tomando para prejudicar o brasileiro e o trabalhador. Parecia que ia melhor com o Michel [Temer, presidente da República] e agora vem a decepção. A voz do povo é a voz de Deus. Precisamos continuar indo às ruas para mostrar a indignação”, disse.

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