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Justiça Federal nega pedido de liberdade a fazendeiros envolvidos em ataque indígena

04 outubro 2017 - 11h45Por Glaucea Vaccari/CE

Três dos cinco fazendeiros presos provisoriamente acusados de envolvimento em um ataque a indígenas em Caarapó, em junho de 2016, tiveram o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça Federal de Dourados. Ataque a comunidade Tey Kuê, na Fazenda Yvu, deixou um morto e oito feridos.

Dionei Guedin, Eduardo Yoshio Tomonaga e Jesus Camacho entraram com o pedido alegando que, no período em que permaneceram em liberdade, não fizeram nada que pudesse prejudicar o andamento do processo ou a colheita de provas e nem colocaram em risco a ordem pública e a instrução ou aplicação da lei penal.

Juiz federal, Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, decidiu pela manunteção da prisão preventiva por conta da gravidade dos fatos.

"A prisão preventiva fundamenta-se na gravidade concreta da ação, dado o modus operandi adotado pelo grupo, que vitimou membros da comunidade indígena com armamento letal. Vale destacar que a comunidade indígena não só estava em menor número, como era composta, também, por mulheres e crianças, de forma que até mesmo a possibilidade de resistência é questionável, o que sobreleva a desproporção da ação", disse o magistrado.

As prisões aconteceram agosto do ano passado. Além dos três que tiveram liberdade negada, também estão presos Virgilio Mettifogo e Nelson Buainain Filho.

Confronto

No dia 12 de junho do ano passado, índios da comunidade Tey Kuê, da etnia Guarani-Kaiowá, ocuparam a Fazenda Yvu. No dia seguinte, agentes da Polícia Federal foram notificados da ocupação por fazendeiros que os levaram até o local.

Os policiais não encontraram reféns e foram informados pelos indígenas de que o proprietário poderia, em 24h, retirar o gado e seus pertences do local. Sem mandado de reintegração de posse, os PFs retornaram a Dourados.

Os proprietários rurais que foram presos e mais 200 ou 300 pessoas ainda não identificadas, munidas de armas de fogo e rojões, se organizaram para expulsar os índios do local em 14 de junho.

De acordo com testemunhas, foram mais de 40 caminhonetes que cercaram os índios, com auxílio de uma pá carregadeira, e começaram a disparar em direção à comunidade.

De um grupo de 40 a 50 índios, oito ficaram feridos e Clodioude Aquileu Rodrigues morreu.

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