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Décadas desastrosas que abalaram a Europa

24 agosto 2017 - 12h21

Apenas cinco anos após o fim da I Grande Guerra (1914/1918), em 1923, um austríaco, Adolf Hitler, que saíra dessa gigantesca contenda onde servira no Exército Alemão como estafeta, e ostentava a graduação de Cabo, tentou em Munique, um golpe de Estado. Malogrado o golpe, foi confinado no presídio militar de Landsberg. Nessa prisão, em 1º de abril de 1924, escreveu o prefácio do livro, que intitularia: “Mein Kampf.” (Minha Luta).

Nesse livro, inteiramente escrito na prisão, Hitler que seria o poderoso Führer no Terceiro Reich, foi peremptório: “Considero hoje como uma feliz determinação da sorte que Braunau no Inn tenha sido destinada para lugar do meu nascimento. Essa cidadezinha esta situada nos limites dos dois paises alemães (Alemanha e Áustria) cuja volta à unidade antiga é vista, pelo menos por nós jovens, como uma questão de vida e de morte.” (...) “O arado, nesse momento será a espada, e, regado com as lágrimas da guerra, o pão de cada dia será assegurado à posteridade.”(...) “É nos Arianos — raça que foi e é o expoente do desenvolvimento cultural da Humanidade — que se verifica tudo isso com a maior clareza”

Nesta modesta e despretensiosa crônica, o assunto que relaciona a Europa — palco principal da II Grande Guerra — aqui abordado, é singelo, mas a História desse conflito é bastante longa e aterradora, quando lembramos que no curso dessa disputa bélica, seis milhões de judeus foram assassinados nos Campos de Concentração, inclusive a jovem Anne Frank (1929-1944), que escreveu um diário: “O Diário de Anne Frank” (Ed. Record/ 2015).

Quando os europeus tomaram conhecimento das primeiras atrocidades praticadas pelos alemães (SS e Gestapo), que se definiam como arianos — raça pura — muitas famílias fugiram para outros países na América, principalmente para os Estados Unidos, Argentina e mesmo para o Brasil, para livrarem-se da gana assassina do nazismo.

Nas fugas por medo do nazismo, essas famílias viveram grandes frustrações. Foi um desterro injusto, forçado e funesto em todos os sentidos; triste e extremamente doloroso, porque pela exigüidade do tempo e dos meios de locomoção, muitas famílias foram obrigadas a deixarem para trás os mais idosos, com reduzida capacidade de mobilidade.

A lembrança dos idosos, abandonados a mercê da truculência desumana dos nazistas, acompanhou as famílias que conseguiram safar-se da bestial ação comandada por Hitler, que incorporou o próprio Demônio.

No fim, os nazistas pagaram caro: julgados e condenados pelos Aliados, em Nuremberg, faltou corda para os pescoços arianos (“Os Julgamentos de Nuremberg”, Paul Roland/M. Books do Brasil Ed. Ltda, 2013).

Em 1984, no Rio de Janeiro, encontrei um exemplar do livro escrito por Hitler: “Mein Kampt”, tradução integral e direta do alemão / Editora Moraes Ltda./S.Paulo/1983. Eu já conhecia a obra de William L. Shirer “Ascensão e Queda do Terceiro Reich.”; e encontrar um exemplar do “Minha Luta”, foi uma sorte, o livro seria útil para elucidar muitas dúvidas.

Esta crônica anteriormente iniciada, tomou impulso agora quando na rev.Veja, ed.23.08.2017, à pág.37, verbis: “A discussão que tomou conta das redes sociais depois dos eventos em Charlottesville (USA) é se o nazismo era de esquerda ou de direita.” (...) “Um grupo de jovens de direita quis provar que o nazismo é realmente de esquerda e foi até Charlottesville gritar palavras de ordem como “Viva a esquerda”. (?)

Vejamos à pág. 237, do “Mein Kampf”, o que escreveu Hitler sobre o comunismo: “... enquanto o marxismo, com uma multidão de vagabundos, desertores, pulhas partidários (...) arrebatava o poder para si, aplicando, assim, ruidosa bofetada na democracia...”(sic). Mais adiante, à mesma página 237: “O marxismo marchará com a democracia até que consiga, por via indireta, os seus criminosos fins, até obter apoio do espírito nacional por ele condenado à extirpação. (...) Então os porta-bandeiras da Internacional vermelha, em lugar de um apelo à consciência democrática, dirigiram uma incendiária proclamação às massas proletárias e a luta se transplantaria imediatamente ao ar viciado das salas das sessões dos nossos parlamentos para as fábricas e para as ruas. A democracia ficaria logo liquidada.” (sic).

Hitler abominava os comunistas, os quais definia como: “...uma multidão de vagabundos, desertores, pulhas partidários...” O triste epílogo do nazismo — em fotos — encontra-se no livro “Hitler´s Last Days” (Bill O'Reilly, Ed. Henry Holt and Company, New York, 2015).

* O autor é membro da Academia Douradense de Letras. ([email protected])

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