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Campo Grande discute o perfil dos próximos vinte anos

29 setembro 2017 - 13h25

Como será Campo Grande em 2037? Foi com este questionamento que o público deixou o evento de apresentação do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, realizado nesta quinta-feira (28), no Edifício Casa da Indústria, pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), em parceria com a Fiems, Sesi, Secovi/MS (Sindicato da Habitação do Estado) e Caixa Econômica Federal.

A ideia do evento é dar o pontapé inicial na mobilização da sociedade e provocá-la a pensar o planejamento da Capital para os próximos 20 anos. “O modelo atual de apresentar nossos anseios, enquanto sociedade civil organizada está ultrapassado. De quatro em quatro anos, no período eleitoral, as entidades representativas se reúnem, elaboram um documento com sugestões. Os candidatos participam de reuniões, debates, apertam a mão de cada um, fazem promessas e aquela é a última vez que ele terá lido aquelas propostas”, pontuou o presidente da Fiems, Sérgio Longen, ao abrir o evento.

Ele acrescenta que a Fiems, como representante da indústria, de todas as propostas que elaborou para o setor, 99% delas foram jogadas fora. “Então, já vimos que não funciona. Tem que ser diferente, a sociedade precisa discutir, participar demais e depois cobrar e acompanhar a implantação dessas propostas, coisas pertinentes como mobilidade urbana, educação, saúde, de que forma podemos melhorar nosso futuro”, disse.

Boas práticas de gestão

O projeto já passou por outras 19 cidades brasileiras e, em cada uma delas, criou-se um conselho plural e apartidário, composto por diversos setores da sociedade, para elaborar um modelo de planejamento sustentável para o desenvolvimento econômico e social de Campo Grande. Consultor da CBIC e palestrante do evento, o engenheiro civil Silvio Bastos, ex-prefeito de Maringá/PR que se destacou nacionalmente graças as boas práticas de gestão, apresentou outro questionamento que, segundo ele, visa provocar e tirar as pessoas da zona de conforto.

“Seremos reféns ou protagonistas desse futuro? Quem, efetivamente, parou em algum momento para pensar como será a cidade em que vive dentro de 20 anos?”, perguntou o palestrante. “A única forma de proteger um projeto de longo prazo e impedir a descontinuidade política pelo gestor público é se o projeto não for do gestor público, mas da sociedade. A sociedade tem que amadurecer e se revestir da visão de que o gestor é um servidor e, além de cobrar que ele trabalhe, participar para que a cidade seja como elas esperam. Independente da infraestrutura, do planejamento atual, o que importa é a vontade das pessoas”, disse.

“Não tinha sentido algo tão grandioso ficar restrito a só uma cidade. O projeto é um instrumento fantástico que pode nos levar a resgatar o brilho no olhar do campograndense”, analisou o representante da CBIC no Estado, Kleber Luiz Recalde, que também é vice-presidente do Sinduscon/MS e diretor da Fiems.

Coletividade

Também palestrante do evento, a arquiteta urbanista Marcela Arruda destacou a importância da ocupação dos espaços públicos e o pensamento coletivo. “A ideia é conseguir sensibilizar e criar um conselho gestor que vá criar um plano para uma Campo Grande do futuro. Viemos fazer um convite para que as pessoas compreendam o quanto estão interessadas em participar e colaborar para que o plano seja desenvolvido em conjunto”, contou a pesquisadora, que passou dias em Campo Grande em busca de costumes da cidade. De destaque, o hábito do campograndense de tomar tereré na frente das casas. “É um ótimo exemplo de compartilhamento e ocupação dos espaços”, opinou.

O presidente do Secovi/MS, Marcos Augusto Netto, pontuou que Campo Grande já é modelo de comportamento participativo há 30 anos, e que agora o modelo pode ser aprimorado. “Com a criação desse conselho apartidário, sem qualquer viés político, ou seja, uma síntese das forças da sociedade civil organizada, vamos poder trazer para cá casos de sucesso de várias cidades do Brasil”, disse.

Presidente do Sinduscon/MS, Amarildo Miranda Melo ressaltou que as ideias não podem ficar só no papel. “Que não fique só no papel, porque o papel comporta tudo, mas que possamos trazer exemplos de outras cidades do Brasil e outros países e, dentro das nossas particularidades, traze-los para cá, de forma a melhorar, de fato, a cidade e de cada morador”, afirmou.

Presente no evento, o empresário do segmento supermercadista Beto Pereira lembrou que Campo Grande é privilegiada em termos de qualidade de vida e que isso precisa ser preservado para as gerações futuras. “Temos excelentes parques, o trânsito da nossa cidade é bom, com as avenidas largas e bem planejadas, mas Campo Grande está crescendo, o que exigirá um bom planejamento estrutural para que nossos filhos e netos possam desfrutar de uma cidade progressista e organizada”, declarou.

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