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Campo Grande

Cassação de vereador de Campo Grande poderá beneficiar médico novamente

11 janeiro 2018 - 10h45Por Tavane Ferraresi/CE

O ex-vereador Eduardo Cury (SD) pode ser beneficiado pela segunda vez, da cassação do mandato de um vereador. Na última legislatura ele assumiu a cadeira deixada pelo ex-vereador Paulo Pedra (PDT), cassado por compra de votos na eleição de 2012. Hoje, Cury pode novamente ter a mesma sorte. Ele é suplente do vereador Lucas de Lima (SD), condenado por apropriação indébita e com grandes chances de perder o mandato.

Radialista e ex-sócio de uma pizzaria, Lucas foi condenado em 2012 pela 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande a um ano e quatro meses de prisão, que foram convertidos na prestação de serviços comunitários.

“Eu era um dos sócios da pizzaria Tribo da Pizza e ela entrou em processo de falência. O juiz empenhou algumas mesas para saldar dívidas e eu assinei (o empenho) como fiel depositário. Logo depois, essa situação se virou contra mim. Fui acusado de ter me apropriado indevidamente dessas mesas que passaram a ser do Estado”, explicou o vereador.

lucas de lima

Lucas de Lima: ele nega que cometeu dolo. Foto: Divulgação/Câmara

Apesar de reconhecer a infração, Lucas alega não ter cometido dolo, ou intenção, de cometer o crime. “Estou sofrendo com isso. É algo que tem me dado muita dor de cabeça”, lamentou. Preocupado com a possibilidade de ser cassado, o vereador afirmou que ainda não foi notificado da condenação em segunda instância. “Até agora não chegou nada para mim nem para a Câmara”, disse.

Lucas teve a sentença condenatória por unanimidade, pelos desembargadores do Tribunal Regional da 3ª Região, em São Paulo. A decisão foi publicada em fevereiro de 2016.

No mesmo ano, o vereador entrou com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para conseguir disputar a eleição. Acabou saindo vitorioso com 4.256 votos. Porém, quase um ano e meio depois da decisão do TRF3, os ministros confirmaram a condenação, o que acabou com as esperanças do vereador de primeiro mandato.

Como a Lei da Ficha Limpa preconiza a perda do mandato em caso de condenação por colegiado e como a ação foi transitada em julgado, são grandes as chances de Lucas ser cassado.

Enquanto isso, quem aguarda a conclusão do caso é o médico Eduardo Cury. Ao Correio do Estado, ele criticou o sistema eleitoral. “Se fosse levado em conta aqueles que recebem mais votos eu teria sido eleito. Recebi 3.170 votos, fiquei no 18º lugar das 29 vagas. Porém, 11 passaram na minha frente e eu acabei ficando na suplência. Então, se tiver que voltar para a Câmara, farei isso para honrar os votos que recebi”, declarou.

Cury ainda não está por dentro da situação do seu colega de partido. “Contratei um escritório de advocacia para cuidar disso. Fiquei muito surpreso com essa notícia, mas se ele mesmo (Lucas) assumiu a responsabilidade pelo que cometeu, acho que não há outra alternativa”, finalizou.