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Exterminador sádico e lutador que matou hóspede brigam em presídio da Capital

19 outubro 2017 - 15h00Por Renan Nucci/CE

Envolvidos em dois casos policiais de grande repercussão nos últimos anos em Campo Grande, o lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli de Queiroz, de 29 anos, e o líder do grupo de extermínio do Danúbio Azul, Luiz Alves Martins Filho, 50, o Nando, trocaram agressões durante banho de sol no Complexo Penitenciário. A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) instaurou no dia 10 deste mês procedimento administrativo interno para apurar o caso.

Conforme registrado, os fatos ocorreram no dia 3 de outubro, durante banho de sol no pavilhão 2 do solário ala G. Por razões ainda desconhecidas, ambos trocaram socos e chutes, sendo necessária intervenção de agentes. Apesar da infração, eles não foram encaminhados para celas disciplinares em razão dos problemas de saúde. Nando faz uso de sonda e Rafael sofre de transtornos psiquiátricos. Por isso, eles ficaram isolados em suas respectivas celas.

Lutador descontrolado

No dia 18 de maio de 2015, Rafael matou o engenheiro eletricista Paulo Cezar Oliveira, 48 anos, após discussão com a namorada em hotel no centro da Capital. O casal viajou para participar de campeonato de lutas que acontecia no ginásio do Círculo Militar. Conforme apurado, o autor saiu do quarto transtornado procurando pela namorada e batendo de porta e porta. Paulo, sem imaginar o que poderia acontecer, abriu a porta e foi surpreendido pelo agressor, sendo espancado até a morte com golpes de cadeira.

Ele foi levado a júri popular no último dia 27 de abril, oportunidade em que foi condenado há 15 anos de prisão - pena mínima para crimes de homicídio. Na ocasião, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida considerou o laudo que apresenta Síndrome de Borderline e, por isso, reduziu a pena em um terço, para dez anos, partindo do princípio da semi-imputabilidade. Ou seja, por conta da condição, não seria totalmente capaz de responder por seus atos.

Exterminador sádico

Sádico com fixação por orgias e contemplação das covas, Nando coordenava desde 2011 esquema de tráfico de drogas que fomentava o consumo e outros delitos correlatos no Bairro Danúbio Azul. Ele foi preso com seu grupo no ano passado, depois que o caso foi descoberto pela Polícia Civil. Foram pelo menos 13 execuções.

Trocando entorpecente por sexo, abusava de adolescentes que faziam qualquer coisa para alimentar o vício. Por isso, os convidava para encontros sexuais e trocas de casais com Ariane de Souza Gonçalves, 19, e Talita Regina de Souza, 24, assim como com Jean Marlon Dias Domingues, 20, e Wagner Vieira Garcia, 24, sendo estes amantes homossexuais de Nando.

Eventualmente, tais usuários cometiam pequenos furtos, fazendo com que Nando decidisse matá-los. Ele se sentia justiceiro a serviço da comunidade, acabando com a vida daqueles que considerava “bandido”.

As mulheres atraíam as vítimas até um cemitério clandestino no Jardim Veraneio, e elas iam sem hesitar, pois já estavam condicionadas aos encontros. Porém, quando chegavam lá, eram mortas. O padrão adotado por ele e passado para os comparsas se baseava no homicídio por enforcamento com corda ou estrangulamento com as mãos, pois não gostava de ver sangue.

Em seguida, enterrava os corpos de cabeça para baixo no Jardim Veraneio, pois desta maneira facilitava a escavação das covas. Depois, passava quase que diariamente pelo local, para observar os pontos de sepultamento.