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Parentes de presos se revoltam após agentes não receberem entregas

10 outubro 2017 - 16h00Por Renan Nucci/CE

A terça-feira amanheceu movimentada no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande. Parentes de presos ficaram revoltados porque não puderam entregar objetos, como roupas e medicamentos. A recusa no recebimento faz parte da mobilização iniciada pelo Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap), ontem.

Maria Agenor, de 46 anos, está com o filho preso há dois anos. Ela viaja a cada quatro meses de Amambai para visitá-lo e trazer objetos de uso pessoal, porém, não pôde deixar os produtos no presídio. "É um descaso porque vim de longe, estou aqui desde às 6 horas da manhã e ninguém nos avisou. Meu filho está doente, com suspeita de pneumonia e não me deixaram entregar os remédios dele", reclamou.

Maria Ivanilda, 50 anos, enfrentou o mesmo problema. Ela está com o sobrinho preso na unidade. "Se ao menos tivessem informado a gente, não teríamos perdido tempo. Eles [agentes] fazem o que querem e nos deixam aqui, sem satisfação nenhuma", pontuou.

O protesto, que nesta primeira etapa deve durar por uma semana, é baseado em padronização dos protocolos de atendimento, conforme o prevê o Conselho Nacional de Políticas Criminais e Penitenciárias. Ou seja, cada agente presta serviços atendendo no máximo cinco presos por vez. "Estamos trabalhando dentro da lei. O problema é que temos poucos servidores e, por este motivo, o número de atendimento geral caiu", disse André Luiz Garcia Santiago, diretor-presidente do Sinsap.

Segundo ele, no protesto está previsto o impedimento de entrada de materiais por parte dos familiares dos presos. No final de semana, haverá visitas normais, mas também estará vetado o ingresso de alimentos no interior da unidade. "Temos feito o possível dentro de nossas possibilidades".

Mobilização

De acordo com Santiago, 70% do efetivo, aproximadamente 1.200 servidores, já aderiram à mobilização em todo Mato Grosso do Sul. A categoria luta por melhores condições de trabalho e valorização profissional. Uma das reivindicações é sobre a contratação dos aprovados no recente concurso promovido pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Agentes querem mais segurança e respaldo por parte do Estado.