Determinação superior da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) permitiu que Gilmar e Andreia Olarte, ex-prefeito e ex-primeira dama da Capital, fossem liberados da prisão ainda hoje. Até as 18h desta terça-feira a própria defesa do casal aguardava a soltura deles somente para amanhã (28).
O diretor-presidente da agência, Ailton Stropa, solicitou ao serviço de escolta da Polícia Militar que levasse os dois para o Patronato Penitenciário da Capital, na Rua Joaquim Murtinho, para o procedimento de colocação da tornozeleira eletrônica ainda nesta terça. "Fizemos a solicitação à escolta. Há uma decisão judicial e precisa ser cumprida", afirmou Stropa, por telefone.
À reportagem do Portal Correio do Estado, Gilmar Olarte demonstrou serenidade quando saiu do Presídio de Trânsito, que fica no bairro Noroeste, em Campo Grande.
"Foram 44 dias, não é uma situação agradável, mas eu estou tranquilo. Vou provar minha inocência, estou bem. Não posso falar muita coisa por ordem do meu advogado. Estou indo para a Agepen colocar tornozeleira. Tem equipe lá no (presídio) feminino para levar a Andreia para Agepen também", disse Gilmar Olarte ao sair do Presídio de Trânsito, por volta das 18h50.
A decisão do juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, determinou que a liberdade condicional de Gilmar e Andreia ficou sujeita ao uso do equipamento. Eles também precisaram pagar fiança de R$ 29.920,00. O dinheiro precisou ser arrecadado entre familiares e amigos porque a greve dos bancos atrapalhou que o casal tivesse acesso aos recursos próprios.
Há ainda outras restrições previstas na decisão que revogou a prisão preventiva deles: comparecer uma vez ao mês na Justiça para comprovar as atividades, não poder sair de Campo Grande nem do país sem autorização da Justiça, entregar passaporte no prazo de 24 horas, não manter contato com outros denunciados ou testemunhas do processo e permanecerem em casa entre 20h e 6h de segunda a sexta e não saírem de sua residência durante os finais de semana.
OUTROS INVESTIGADOS
O corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e o empresário Evandro Simões Farinelli também foram libertados hoje. Almeida é investigado por ter participação na venda de pelo menos três imóveis que teriam sido comprados com dinheiro público, enquanto Farinelli foi apontado como "laranja" para registrar ao menos um desses bens.
A apuração do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) indicou que 10 imóveis são suspeitos de terem sido comprados com recursos públicos desviados. Gilmar Olarte foi prefeito de Campo Grande entre março de 2014 e agosto de 2015.
