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Campo Grande

Telhas voam e moradores de favela perdem tudo de novo

21 agosto 2016 - 17h29

Leidiane Elias aquecia água para o banho dos cinco filhos, ontem, quando telhas de fibrocimento voaram sob a família no Bairro Bom Retiro, em Campo Grande. Chuva e falta de energia elétrica complementaram momento de horror das 118 famílias removidas da Cidade de Deus para o local.

“Inicialmente coloquei as crianças embaixo da mesa, mas depois levei na vizinha e dormi com meu marido e a bebê de oito meses no carro. Era telha voando para todo lado. Deu perda total”, relatou Leidiane, 26 anos, enquanto um dos filhos mostrava filhote de jararaca morta dentro do barraco.

Com escada e martelo nas mãos o gari Willian Dias Ferreira, 26 anos, pregava lona para segurar os pedaços de telha que sobraram na residência improvisada em que mora com seis filhos e a esposa. “Foi coisa de terror”, resumiu Elizete de Oliveira, 27 anos, que contabilizava prejuízos.

Em meio aos destroços e moradores indignados, o prefeito Alcides Bernal (PP) prometeu envio de equipes para construção de casas, em regime de mutirão, a partir de amanhã. Os imóveis tiveram somente escavação da base e enfrentam atraso no pagamento dos trabalhadores.

Dirceu Peters, diretor presidente da Empresa Municipal de Habitação (Emha), relatou que lonas são o material disponível para socorrer as famílias, enquanto a Morhar Organização Habitacional diz cumprir cronograma para construção de casas orçadas em R$ 3,6 milhões até outubro.

Equipe da Defesa Civil distribuiu, ontem, lonas aos moradores. Já o Fundo de Apoio à Comunidade média de 325 cobertores, roupas e só amanhã entregará cestas básicas. Enquanto isso, refeições são disponibilizadas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Vila Nasser.

VENDAVAL

Rajadas de vento de 83 km/h, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), também causaram destruição em outros pontos da Capital. Bombeiros foram acionados para cortar oito árvores que caíram sobre ruas e avenidas no Centro, Caiçara, Lageado, Panamá e Vila Rita.

O porteiro Vanderlei Gonçalves, 42 anos, acompanha tratores retirando galhos que deixaram sem internet quem mora no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Sete de Setembro. “Não tem poda e faz tempo que estamos pedindo”, ressaltou.

Parte do telhado do Armazém Cultural foi levado pelo vento. Há relatos, ainda, de queda de muros, semáforos danificados e destelhamentos.