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Índios prometem trégua em ocupações por demarcação de terras

07 julho 2016 - 04h00

O Governo Federal prometeu dar encaminhamentos concretos rumo a uma solução para as disputas de terras em Mato Grosso do Sul nos próximos dias, como afirmou o assessor especial do Ministério da Casa Civil, Renato Vieira, depois de se reunir com lideranças indígenas Guarani/Kaiowá na Governadoria, nesta quarta-feira (6), em Campo Grande. Preferindo não entrar em detalhes sobre qual seria o caminho da solução, Vieira disse que encontrou ambiente favorável para a negociação de ambos os lados.

“Há espaço para a construção de uma solução”, afirmou durante encontros, também, com os representantes do Governo estadual e dos produtores rurais, realizadas terça-feira (5), na Governadoria e na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), respectivamente. Vieira veio ao Estado em comissão, formada por integrantes do Ministério da Justiça, Casa Civil da presidência da República e da AGU (Advocacia Geral da União) apontando o objetivo do Executivo Federal de resolver o conflito instalado na região Sul, mais especificamente em Caarapó, onde um indígena foi assassinado no mês passado, depois de mais uma ocupação de propriedade rural.

Na reunião com o Governo, o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, destacou que a única solução viável passa pela compra de terras para atender às reivindicações dos indígenas. “Estamos falando de propriedades que têm titularidade legal, muitas são da mesma família há gerações”, afirmou.

Durante a reunião, as lideranças indígenas se comprometeram em não realizar nenhuma nova ocupação na região de Caarapó. “Fizemos acordo por 90 dias”, contou o líder guarani Catalino Ramires, mostrando-se confiante com o resultado da reunião. A proposição dos indígenas de não ocupar novas áreas refere-se à região, principal foco de tensão na atualidade, e não se aplica, necessariamente, às demais áreas em conflito por ocupação.

Dados da Federação da Agricultura e Pecuária de MS dão conta que o Estado tem 110 propriedades rurais ocupadas por indígenas.

O procurador do MPF (Ministério Público Federal), Marco Antônio Delfino, acompanhou as reuniões com o governo estadual e com os indígenas e considerou que a ‘paciência’ é a virtude necessária para ambos os lados da disputa. “Do ponto de vista jurídico, não é uma solução direta, fácil”, disse, apesar de avaliar avanços na reunião. “Conseguimos avançar em dois compromissos: dos indígenas, em não haver mais ocupações, e do Governo Federal, em atender ao principal pleito dos produtores, que é a indenização”, apontou.

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