O ex-vice-presidente da República José Alencar segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, nesta quinta-feira. Ele está consciente, mas ainda respira com a ajuda de aparelhos após o procedimento clínico realizado na tarde da quarta-feira para controlar o sangramento intestinal. Os médicos querem retirar o auxílio mecânico ainda nesta quinta, segundo a assessoria de imprensa da instituição.
Mais cedo, o médico oncologista Paulo Hoff disse que o sangramento está "aparentemente controlado" e que o ex-vice-presidente está "melhor do que ontem". O tatamento quimioterápico via oral foi retomado na última terça-feira. De acordo com Hoff, os medicamentos poderiam ser administrados novamente hoje.
Na noite de ontem, o médico e cirurgião gastroenterologista Raul Cutait também fez uma avaliação positiva sobre o resultado do procedimento, que incluiu um exame de arteriografia (radiografia das artérias) e uma técnica chamada embolização, que é uma injeção de microesferas de acrílico, revestidas de colágeno, feita com o objetivo de fechar os pontos de sangramento.
Alencar completa nesta quinta 15 dias internado e ainda não tem previsão de alta da UTI, para onde voltou na terça-feira. Ele está acompanhado da mulher, Mariza Gomes da Silva, e não recebeu visitas.
Luta contra o câncer
José Alencar luta contra o câncer desde 1997, quando, após um check-up, foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da remoção de outros nódulos no abdome, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.
Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação.
A última cirurgia ocorreu no dia 22 de dezembro, quando ele foi internado no Sírio-Libanês, em São Paulo, em caráter de urgência, com quadro de hemorragia digestiva grave. Recuperado, o agora ex-vice-presidente foi submetido a um procedimento para conter um sangramento intestinal causado por um tumor que invade o intestino delgado. No dia 30 de dezembro, após oito dias, Alencar foi transferido da UTI Cardiológica para um quarto comum.
Por conselho da equipe médica, José Alencar não viajou a Brasília para participar da cerimônia de posse da nova presidente da República, Dilma Rousseff, e descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi vice-presidente em seus oito anos de governo.
No último dia 4, Alencar retomou o tratamento de quimioterapia contra o câncer, após cerca de dois meses de interrupção. No mesmo dia, o ex-vice-presidente voltou para a UTI Cardiológica do Hospital Sírio-Libanês devido a um novo sangramento intestinal.
