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Experiência do Exército no Haiti pode ajudar muito no RJ, diz general

07 dezembro 2010 - 09h43Por Redação Douranews

A experiência dos militares brasileiros no Haiti será crucial ao trabalho que o Exército fará nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio. Com base no que as tropas vivenciam e nas informações do setor de inteligência, o Exército montou um plano de ação para todos os Estados brasileiros. Se forem acionados, saberão o que fazer e como fazer.

É o que dizem dois ex-comandantes de tropa no Haiti, o general Augusto Heleno e o coronel da reserva Barroso Magno. "O Exército tem um plano de atuação para apoio ao governo do Estado do Rio e a todos os Estados. Chama-se Plano de Segurança Integrada e é realizado para a contingência da Constituição, nas situações de Garantia da Lei e da Ordem", explica Magno, comandante do 6.º contingente brasileiro na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

De acordo com o coronel, responsável pela pacificação de uma das favelas mais violentas do país caribenho, a Cité Soleil, o Exército atualiza as informações do plano anualmente.

Com a experiência de quem foi o primeiro militar a comandar as tropas brasileiras na Minustah, o general Heleno é enfático em observar que a pacificação do Haiti só aconteceu depois que os militares entenderam que era preciso fixar bases dentro das favelas. Chamadas de Ponto Forte, delas partiam as ações de combate e também as ações de cidadania, uma estrutura muito parecida como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio.

"Nós entrávamos, combatíamos e saíamos. Eram combates muito violentos e com muita resistência. Com o tempo, fomos entendendo que era preciso fixar bases, que chamávamos de Ponto Forte, assim como são as UPPs. Delas partiam as ações militares e as ações de governo. A ocupação por si não é o bastante para mudar o local, sobretudo para ganhar o apoio da população. É preciso trazer serviços de saúde, lazer, saneamento."

Com Exército e governo do Estado alinhados quanto às formas de se combater o poder do tráfico nas cidades, é preciso definir quem comanda as operações. "Vamos precisar definir a área de atuação, definir a missão, buscar amparo legal para as ações típicas de polícia, porque nós não temos poder de polícia. Tem de arranjar uma maneira de outorgar esse poder de polícia à tropa", disse o general.