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Bolsonaro não é único a ameaçar jornalista de porrada

28 agosto 2020 - 14h07

Em 1997, já longe de Brasília, depois de ter perdido o mandato de presidente da República, o senador Fernando Collor de Mello perdeu a linha durante uma entrevista concedida à Rede Globo. E, em 2010, ameaçou um jornalista da revista IstoÉ: “Quando eu lhe encontrar, vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu filho da p...”.

É o que nos relembra arquivos históricos da história republicana brasileira, hoje às voltas com os insultos do atual presidente, Jair Bolsonaro, contra jornalistas, os quais insistem na perguntinha dos repasses supostamente feitos de conta bancária do ex-assessor e amigo da família, Queiroz, beneficiando a primeira-dama Michelle.

Aliás, a história da família Collor é um pouco mais pesada do que as contadas, atualmente, em relação ao quarteto Bolsonaro. Relembra-nos, abaixo, trecho de reportagem transcrito pelo jornal Gazeta do Povo:

"O senador Arnon de Mello perdeu o mandato, por um motivo óbvio: ele assassinou um colega dentro do Senado federal. O político, pai do atual senador Fernando Collor, vinha trocando agressões verbais e ameaças com o senador Silvestre Péricles de Góes Monteiro, até que, na abertura da sessão de 4 de dezembro de 1963, sacou um revólver Smith Wesson 38 de cano longo e cabo de madrepérola e disparou.

Péricles, que também estava armado, se lançou ao chão e se escondeu entre as poltronas. Mas duas balas atingiram José Kairala, senador suplente pelo PSD do Acre, que tinha 39 anos e substituía José Guiomard. Era o último dia de Kairala no posto – Guiomard retomaria o mandato no dia seguinte. Por isso, a mãe, a esposa e o filho pequeno do senador suplente estavam presentes à sessão e viram o congressista ser atingido no abdômen e morrer horas depois.

O Senado votou a favor de autorizar a prisão de Arnon e Silvestre. Mas, logo em 1964, os dois foram declarados inocentes. Arnon foi nomeado senador novamente em 1970 e permaneceu no posto até a morte, em 1983. Seu filho, Fernando Collor, seria eleito presidente da República seis anos depois”.

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