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Brasil

Por ter movimentado dinheiro desviado por Maluf Banco Safra faz acordo e paga US$ 10 milhões

01 novembro 2017 - 14h37Por Walace Lara/TV Globo

O banco Safra assinou no fim da manhã dessa quarta (1) um acordo com Ministério Público de São Paulo para não sofrer uma ação na Justiça por ter recebido dinheiro desviado das obras públicas da avenida Jornalista Roberto Marinho e túnel Ayrton Senna, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (PP).

O banco se comprometeu a pagar US$ 10 milhões para a Prefeitura de São Paulo.

(Correção: Ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que a devolução do banco seria de R$ 10 milhões. O valor é de US$ 10 milhões.

Paulo Maluf e familiares movimentaram pelo menos US$ 344 milhões em diversos países (EUA, Suíça, França, Inglaterra, Jersey, Luxemburgo).

No Safra, em Nova York, foram mais de US$ 100 milhões, por intermédio do doleiro Vivaldo Alves. Os bancos, todavia, não são acusados de nenhum crime até o momento. A quantia acertada deve-se ao pagando de indenização por dano moral coletivo, buscando evitar discussões sobre a movimentação do dinheiro que Maluf desviou.

Com esse acordo, o total ressarcido chega a US$ 55 milhões, sendo US$ 20 milhões do Deutsche Bank (alemão), US$ 15 milhões do Citibank (americano), US$ 10 milhões do UBS (suíço) e agora US$ 10 milhões do Safra New York (norte-americano).

"Trata-se de um acordo de valor significativo que evita longas discussões estéreis e ao mesmo tempo garante a construção e a reforma de creches no Município de São Paulo", afirmou o promotor paulista Silvio Marques.
Maluf foi prefeito de São Paulo de 1969 a 1971 e teve uma segunda gestão como prefeito, de 1993 e 1997.

Condenado pelo STF

Maluf foi condenado em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele foi condenado a perda do mandato do parlamentar e mais multa de mais de R$ 1,3 milhão. A pena dele foi fixada em 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado.
Apesar de ter sido condenado pelo STF, Maluf não está preso.

Maluf foi acusado pelo Ministério Público Federal de usar contas no exterior para lavar dinheiro desviado da Prefeitura de São Paulo quando foi prefeito da capital, entre 1993 e 1996. De acordo com a denúncia, uma das fontes do dinheiro desviado ao exterior por Maluf seria da obra de construção da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho.

Maluf foi acusado de usar contas bancárias em nome de empresas offshores (firmas usadas para investimentos no exterior) para enviar dinheiro desviado e reutilizar parte do dinheiro da compra de ações de empresas da família dele, a Eucatex. Segundo o MPF, mais de US$ 172 milhões foram aportados na empresa por meio desse esquema.