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Para esclarecer contratos da JBS com BNDES Joesley presta depoimento à PF

21 junho 2017 - 16h00Por Ana Paula Andreolla/TV Globo

Um dos delatores da Lava Jato, o empresário Joesley Batista, da holding J&F, presta depoimento na manhã desta quarta-feira (21), na superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, para esclarecer supostas irregularidades nos contratos firmados entre o frigorífico JBS e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O caso é investigado pela Operação Bullish, da PF, que foi deflagrada em 12 de maio.

Os investigadores miram o aportes do BNDES, por meio do BNDESPar – braço de participações do banco de fomento –, no frigorífico da família Batista.

Segundo a PF, há indícios de "gestão temerária e fraudulenta" por parte do BNDES e corrupção de agentes públicos. Os aportes do banco público, realizados de 2007 a 2011, tinham como objetivo a aquisição de empresas do ramo de frigoríficos, no valor total de R$ 8,1 bilhões.

A suspeita é que o BNDES tenha favorecido a JBS, da qual a BNDESPar detém 21%. A investigação cita, por exemplo, a compra de ações da JBS supostamente por preço superior à média na Bolsa de Valores – num desperdício de R$ 30 milhões – e o curto prazo para análise de operações financeiras por parte do banco.

Joesley chegou à sede da PF no Distrito Federal por volta das 9h. Vinte minutos depois, teve início o depoimento. Até a última atualização desta reportagem, ele ainda estava sendo sabatinado pelos investigadores.

Na ocasião em que a PF deflagrou a Operação Bullish, Joesley era alvo de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o suspeito é obrigado a ir depor à polícia). No entanto, ele não chegou a ser ouvido no dia em que estourou a operação porque estava nos Estados Unidos.

À época, ele já havia fechado acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e havia prestado os depoimentos nos quais entregou as gravações que fez de conversas com o presidente Michel Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

As escutas do empresário geraram a maior crise política do governo Temer. Ex-assessor especial do Palácio do Planalto e suspeito de ser o operador do presidente da República, Rocha Loures foi preso em razão da suspeita de ter atuado em favor das empresas de Joesley em troca de propinas.
Já Aécio acabou afastado do mandato de senador por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas gravações nas quais pede R$ 2 milhões ao dono da JBS para, supostamente, pagar despesas com advogados.

O acordo de delação premiada de Joesley Batista foi homologado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, dias depois da deflagração da Operação Bullish.

Na delação premaida, o dono da JBS se comprometeu a colaborar com todas as investigações de que é alvo. Por isso, a expectativa é de que Joesley responda a todas as perguntas dos investigadores no depoimento desta quarta-feira.

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