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Empresário da JBS revela que pedidos de propinas aconteciam desde 2010

19 maio 2017 - 15h09Por Metrópoles

Encontros entre o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, e o presidente Michel Temer (PMDB) ocorreram mais de 20 vezes, segundo dados da delação premiada de Batista. Ambos se conheceram em 2010. À época, Joesley teria atendido o primeiro pedido de Temer: R$ 3 milhões em propina, sendo R$ 1 milhão em doação e R$ 2 milhões à empresa Pública Comunicações, por meio de duas notas fiscais.

As informações constam do Anexo 9 do material produzido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), intitulado “Fatos diretamente corroborados por elementos especiais de prova Michel Temer”. No anexo, Joesley afirmou que conheceu Temer por meio do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, em “abril ou maio” de 2010. Em “agosto e setembro” daquele ano, houve o segundo pedido do peemedebista: outra propina, de R$ 240 mil, à empresa Ilha Produções.

Após a saída de Rossi do ministério, Temer teria pedido a Joesley que pagasse a ele “mensalinho” de R$ 100 mil. Segundo o empresário, os pagamentos ocorreram por cerca de um ano. Na campanha para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, Temer teria voltado a solicitar dinheiro: R$ 3 milhões para Gabriel Chalita, à época do PMDB. Os valores foram pagos por meio de caixa 2, mediante diversas notas fiscais. Todas estão anexadas à delação.

O relacionamento entre o dono da JBS e Temer estreitou. Pouco antes de o peemedebista assumir a Presidência da República, ele procurou Joesley e pediu R$ 300 mil para pagamento de despesas de marketing político pela internet. Ainda segundo o documento, no ano passado, quando Temer assumiu a Presidência, o ex-ministro Geddel Vieira Lima teria sido escolhido o novo interlocutor entre os dois. Por este canal, Joesley enviava pedidos ao chefe do Executivo nacional como para ele intervir no BNDES, a fim de que o banco não vetasse a mudança da sede da JBS para o exterior.

Ainda por este canal, Geddel buscava atualização constante sobre a situação do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o operador financeiro Lucio Funaro — que estão presos —, sabendo que o empresário provia o sustento de ambos. Segundo a delação, Geddel temia que os dois passassem a colaborar com a força-tarefa da Lava Jato. “E o passarinho? Está calmo?”, era como o ex-ministro perguntava sobre Cunha e Funaro.

Quando Geddel caiu, Joesley precisou substituir seu interlocutor junto a Michel Temer. Então, contatou o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O parlamentar marcou o encontro entre o empresário e o presidente em 7 de março, quando o chefe do Executivo foi gravado.

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