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Delcídio recebeu R$ 500 mil após reclamação, diz delator

17 abril 2017 - 16h45Por Folhapress

O ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou em depoimento que consta do sistema da empreiteira repasse de R$ 500 mil, em 2012, a Delcídio Amaral (MS) após o então senador fazer uma reclamação.

Melo Filho é ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht e fez a afirmação ao prestar depoimento ao Ministério Público no acordo de delação premiada fechado no âmbito da Operação Lava Jato.

Delcídio, preso na Lava Jato em 2015, também fechou acordo de delação na Lava Jato.

O que disse o delator

Segundo o ex-dirigente da empreiteira, em "2011 ou 2012", Marcelo Odebrecht, então presidente da Odebrecht, o pediu que procurasse o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para discutir o projeto que acabava com a chamava "guerra dos portos" – a proposta, aprovada em abril de 2012, unificou a alíquota do imposto cobrado sobre produtos importados em operações interestaduais.

À época, Delcídio do Amaral era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Aos investigadores, Cláudio Melo disse ter recebido um e-mail de Carlos José Fadigas com uma conversa entre ele, Fadigas, e Márcio Faria – ex-dirigentes da Odebrecht que também assinaram acordo de delação na Lava Jato. Neste e-mail, diz o delator, estava descrito que "o senador Delcídio ficou chateado de não ter sido, por algum motivo, contemplado na discussão" sobre o projeto da "guerra dos portos".

Diante do e-mail, Cláudio Melo diz que marcou uma reunião em São Paulo com Fadigas e Faria na qual foi discutida a "reclamação" de Delcídio.

"Delcídio do Amaral estava em São Paulo e Márcio ligou para ele, ele estava no hotel Unique. Eu fui ao encontro dele [ex-senador], disse que o Márcio Faria me pediu para ir para a reunião [...] e que eu estava ali – conforme Márcio pediu – para pedir desculpas por não tê-lo procurado, mas que a desculpa não era tão forte porque não via razão para tanto, mas que Márcio fez a ponderação a Fadigas e eles tomaram a decisão de fazer ajuda financeira a ele [Delcídio] e ele agradeceu", relatou Claudio Melo Filho.

"Consta aqui dos meus dados de colaboração que está no sistema [da Odebrecht] o condimome 'Ferrari', [com a data de] 16 de agosto de 2012, no valor de R$ 500 mil", concluiu Cláudio Melo Filho, explicando que, nas planilhas da empreiteira, "Ferrari" era o condinome para Delcídio do Amaral.

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