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Médica duvida que haja fé maior do que das Testemunhas de Jeová

26 março 2017 - 16h04

“Eu cuido de pessoas que morrem”. A frase pode intimidar, mas a médica Ana Claudia fala manso, devagar, não é nada depressiva. Mora em São Paulo, tem namorado no Rio, uma filha de 20 anos que cursa medicina na Alemanha, um filho de 16 anos com quem faz ioga uma vez por semana. Um cachorro e um gato também. “Um gato preto, pra dar conta disso tudo”, diz ela antes de cair na gargalhada na entrevista ao OGlobo

Há 20 anos ela trabalha com pessoas que morrem, e sua visão sobre isso, transmitida em palestras no projeto “The School of Life”, na série TED e no novo livro “A morte é um dia que vale a pena viver” (Ed Casa da Palavra) pode mudar a percepção das pessoas sobre a vida. Na entrevista, Ana Claudia fala também sobre a comoção e o luto em torno da morte do ator Domingos Montagner: "o sentido da vida dele não ficará no fundo do Rio São Francisco".

O que você acredita que acontece quando a gente morre?, perguntou o jornal. Ela respondeu: Eu não sei, é um mistério, é uma pergunta que não tem resposta pra mim. E eu estou em paz de não ter resposta.

Você tem religião?, pergunta O Globo. Ana Claudia responde: “Nenhuma religião completa o tamanho da minha fé. No livro eu falo disso, não preciso acreditar, eu sei que Deus existe. Assim como eu não preciso acreditar que o Sol vai nascer, eu sei que ele nasce. Nasci numa família católica, hoje tenho uma filosofia de vida muito compatível com o budismo, mas duvido que tenha uma fé maior do que o pessoal Testemunha de Jeová: eles são muito serenos nesse momento final de vida, e é lindo isso”, afirma.